Editorial

Podia ter sido melhor

Para o torcedor Xavante, o Gauchão 2024 deixa um gosto agridoce. Se no início do ano havia desconfiança quanto ao grupo jovem e formado por muitas peças desconhecidas, a primeira fase foi muito tranquila. Em nenhum momento houve sequer risco de rebaixamento, algo que soa surpreendente diante de todas as perspectivas iniciais, comparando com os adversários, principalmente. A classificação veio quase ao natural. No entanto, o gosto amargo fica pela completa falta de ímpeto ofensivo na hora do "vamos ver".

A célebre frase, tão repetida, de que o medo de perder tira a vontade de ganhar parece ter entrado no vestiário comandado por Fabiano Daitx. Em momentos chave da competição, o time entrou apenas pensando no empate. O que, em alguns momentos pode ser natural, considerando a tabela e o cenário de cada partida, foi justamente o que causou a eliminação precoce do Rubro-Negro. Contra o Ypiranga, em Erechim, o Brasil não tentou atacar o adversário. O 0x0 foi aceito já no apito inicial do árbitro e, com os resultados paralelos, o Brasil despencou na tabela, terminou em sétimo, perdeu a chance de decidir em casa as quartas de final e, de quebra, acabou enfrentando o Grêmio.

O jogo de domingo era daqueles em que uma classificação era improvável, todos sabem. Há uma discrepância enorme de qualidade e investimentos. Porém, o Brasil já iniciava, pelo regulamento, eliminado. Só a vitória interessava. E em momento algum o time buscou isso. A derrota ao natural, devido à capacidade técnica do adversário, era esperada. No entanto, fazer isso sem tentar vencer, é frustrante.

Vem aí mais uma série D e o Brasil precisa fazer urgentemente uma reflexão interna. É necessário buscar na memória que há menos de uma década era um clube que disputava série B e chegou à final do Gauchão. Que entrar em campo apenas para não perder é muito pouco para a grandeza do clube. Certamente o elenco vai ser reforçado, haverá alguma mudança de fotografia e espera-se um pouco mais de qualidade. Mas a mentalidade precisa mudar. Fabiano Daitx precisa entender que o Brasil é historicamente um time batalhador, mas isso não significa necessariamente ser retrancado. É preciso entrar para vencer se há a perspectiva de virar novamente a chave para uma nova sequência de glórias.

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